MALEFÍCIOS DO CIGARRO
Orçamento Familiar Virando Fumaça: gastos com cigarro podem chegar a mais de R$ 20 mil em dez anos.


Com a proximidade do Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, as pessoas que ainda resistem em parar de fumar podem acrescentar, além dos benefícios à saúde, uma vantagem mais concreta e imediata como motivo para apagar o cigarro: a economia que a atitude pode representar para o orçamento. No dia-a-dia, o gasto com a compra de um ou outro maço pode acabar passando "despercebido".
Se essa despesa, no entanto, for contabilizada mensalmente - prática rotineira para quem faz a planilha financeira -, o fumante inveterado poderá perceber que a manutenção do vício por vários anos pode fazer o dinheiro literalmente virar fumaça.

Preços vão subir
Essa despesa tende a subir ainda mais a partir de 11 de julho, quando o preço dos cigarros poderá aumentar em torno de 15% a 20%. O reajuste é decorrente do aumento que a Receita Federal aplicou sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) cobrado dos fabricantes do produto. Para as categorias mais baratas, o aumento foi de 32% somente no valor do imposto, enquanto que, para as mais caras, o imposto sofreu alta de 28%.
Para saber o quanto pode ser economizado ao deixar de comprar cigarros, acompanhe a evolução das despesas com um e dois maços ao dia, ao longo de um ano, cinco e dez anos, considerando o preço unitário de R$ 2,80:
As despesas para manter o vício podem subir ainda mais, caso o fumante precise custear tratamento médico ou medicamentos, por contrair alguma doença relacionada ao tabagismo.Isso sem nenhuma dúvida vai ocorrer em alguma fase da vida do fumante.

Um maço Dois maços
Um ano R$ 1.022,00 R$ 2.044,00
Cinco anos R$ 5.110,00 R$ 10.220,00
Dez anos R$ 10.220,00 R$ 20.440,00

Maior incidência de fumantes na baixa renda
Apesar de comprometer parte do orçamento, o tabagismo apresenta maior incidência justamente entre as famílias de baixa renda(aqueles que tem a saúde integralmente mantida pelo Estado), Estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, a partir de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), constata que nas famílias brasileiras de menor renda, o gasto com tabaco chega a ser maior do que com alguns alimentos, tais como pão, leite, ovos, legumes e frutas.
Ainda conforme o estudo, considerando-se a escolaridade como um indicador indireto de classe social, observa-se que o tabagismo é maior entre os grupos de idade com menor escolaridade (ensino fundamental incompleto), quando comparado com os de maior escolaridade (ensino fundamental completo e mais), em todas as 16 cidades pesquisadas. Em quatro delas - Aracaju, Natal, Recife e Belém - havia mais de dois fumantes acima de 15 anos com baixa escolaridade para cada um dentro dessa faixa etária que freqüentou mais a escola.
Já as cidades que apresentaram menores índices foram Rio de Janeiro (1,1) e São Paulo (1,2). Ficaram em situação intermediária as cidades de Curitiba e Florianópolis (1,4 cada).

Combate ao tabagismo
Para alterar essa situação, o Inca destaca a adoção, no Brasil, de algumas medidas implementadas em diversos países, entre elas, as relacionadas ao aumento de preços e impostos (como o já citado anteriormente), e à proteção contra a exposição à fumaça do tabaco, com a aprovação da lei 9294/06, que proíbe o uso de cigarros em recinto de uso coletivo, exceto em áreas isoladas e arejadas destinadas exclusivamente aos fumantes.
Quanto a essa última medida, o "cerco" aos fumantes pode aumentar, caso entre em vigor proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que define critérios para a adequação dos chamados "fumódromos" em locais públicos, como bares e restaurantes, por exemplo. Segundo a proposta, que está em consulta pública até 02 de junho, os locais deverão ter, no mínimo, 4,8 metros quadrados de área e contar com mobiliário não combustível, além de sistema de climatização para evitar acúmulo de fumaça.

Medida positiva
Outra medida significativa apontada pelo Inca diz respeito à restrição à publicidade do tabaco, que passou a ser restrita à parte interna dos locais de venda e ficou proibida na mídia, como a televisão. Para o pesquisador da Unifesp, Elisaldo Carlini, essa proibição, instituída há mais de seis anos, foi o principal fator para queda no consumo de cigarros entre jovens. Conforme estudo realizado por ele, e outros quatro docentes, o índice de fumantes adolescentes, que havia passado de 22,4% em 1987 para 32,7% dez anos depois, voltou a cair, para 21,7%, em 2005.
"A propaganda do cigarro era bastante insinuante, ligada ao sucesso pessoal e fatores como status econômico. Isso influenciava, principalmente, a camada jovem", explica.
O número caiu tanto entre meninos como entre meninas. Entre eles, a redução foi de 36% (1997) para 21,9%. Entre elas, de 31,9% para 21,3%. Entre os pré-adolescentes (12 a 14 anos), também houve diminuição: de 13,8% para 8% no mesmo período.
Já nas faixas etárias superiores, o levantamento, realizado nas 108 maiores cidades do País, houve aumento no número de fumantes do sexo feminino e queda, no masculino. Em 2001, o índice de homens que fumavam era de 61,4% e o de mulheres, 45,4%. Quatro anos depois, os percentuais passaram a 60,7% contra 46,8%, respectivamente.
"Seria necessário um diagnóstico para saber o porquê desse fenômeno, mas não há vontade política para isso", afirmou Carlini à Agência Brasil, na época da divulgação.


Por: Marcos Antônio Nemetz
 
 
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